sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A juventude não pagará pela crise

As políticas para juventude no Brasil não atendem o que demanda esse setor na sociedade. Um exemplo mais concreto é o programa do primeiro emprego, um projeto que previa criar 260 mil vagas por ano, mas que ficou muito aquém do planejado. Esse programa e a política para juventude padeceram diante dos Superavit’s primários e o pagamento dos juros da dívida que continuaram dessa forma a lógica da política neoliberal do governo FHC.

O Brasil tem hoje 35 milhões de habitantes na faixa etária de 15 a 24 anos e segundo pesquisa produzida pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), 53,1% dos jovens nessa faixa estão fora da sala de aula e 19,9% não trabalham nem estudam, sendo que os índices pioram quando considerado apenas aqueles entre os 10% mais pobres da população.

A juventude também sente falta de uma política para o acesso ao ensino superior. Nesse quesito o Brasil ainda apresenta índices muitos baixos em relação ao restante da América Latina. O governo Lula afirma que essa política já está sendo efetivada com a expansão via PROUNI, REUNI, FIES e EAD, políticas que na verdade, simbolizam a ampliação do acesso ao ensino superior sem a qualidade devida.

Diante desse quadro é que a crise atingirá a juventude e a educação poderá ser a primeira vítima dos cortes orçamentários, pois o governo não medirá esforços para descumprir o orçamento das universidades, uma vez que não poderá contar com a verba prevista anteriormente e seus programas como o REUNI estarão ameaçados com a chegada da crise.

Qualquer política de investimento que proporcione um forte impacto na política para juventude,começaria pela suspensão ao veto ao PNE(Plano Nacional de Educação), a universalização da educação pública com a garantia de educação de qualidade com políticas sociais que garantisse à juventude alguma perspectiva que não fosse o de seguir o caminho da criminalidade como único meio de ascensão social.
No movimento estudantil as vitórias continuam.
Desde da vitoriosa ocupação da UnB, o movimento estudantil teve um impulso considerável em todo país potencializando a luta nesse setor. Os exemplos são muitos. Na ocupação da UERJ garantiu-se a bandejão e ônibus de integração; na UNIFESP derrubaram o Reitor corrupto que esbanjava o cartão corporativo; Na UFF a ocupação no ICHF garantiu a não-aprovação de expansão sem qualidade e cursos de ensino à distância; e a UFMS e a UFRJ travaram uma luta árdua contra o REUNI. Nas estaduais a reitoria da UNCISAL foi ocupada, iniciando um processo combativo. A luta dos estudantes na FSA-SP derrubou o reitor e na UNAMA-PA garantiu mais bolsas de pesquisa, extensão e monitoria, ganhos infra-estruturais e garantia de não fechamento de nenhum curso.

Mais do que nunca o ME, como parte importante da juventude, tem a tarefa de garantir unidade dos que estão contra a política educacional do governo Lula e seus representantes nas reitorias e dizer que não aceitará ser penalizada com as políticas de corte do governo, com a expansão sem qualidade, a falta de assistência estudantil, o acesso a escola, cultura e lazer.
Nesse sentido, após a marcha do dia 11 de novembro, deveremos organizar um calendário de luta nos estados para seguir combatendo a política neoliberal do governo Lula e seus aliados, exigindo desde já mais investimentos para educação e demais áreas sociais bem como o congelamento das mensalidades."

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